Pesquisar:

quinta-feira, 26 de maio de 2011

[Pensadores] Pierre Bourdieu

Pierre Félix Bourdieu nasceu em Denguim, no sudoeste da França, em 1930. Formou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras, em Paris. Suas obras no campo da antropologia e sociologia são extremamente influentes, sendo um dos autores mais lidos nestas áreas.
Em relação à educação, Bourdieu, após investigações sociológicas, sugere que a escola serve para reproduzir e conservar a estrutura social vigente. Ou seja, a visão de que a ascensão social decorre da instrução escolar é apenas mero devaneio e casos que fogem a esta regra são exceções que só vem reforçar a manutenção deste sistema. Dentro deste contexto Bourdieu insere o conceito de capital cultural, o qual explica bem sua teoria de conservação e reprodução social na educação.
O capital cultural é usado para explicar as desigualdades de desempenho escolar de alunos provenientes de diferentes classes sociais, desta forma, sendo dividido em três estados: estado incorporado, estado objetivado e estado institucionalizado. O estado incorporado tem origem, principalmente, na família do aluno, onde o ambiente em que ele é criado determina um maior ou menor capital cultural, sendo assim, indivíduos de famílias cultas terão maior facilidade de aprendizado devido ao acúmulo de conhecimento advindo de sua própria família. O estado objetivado existe através de bens culturais, onde aquisição de livros e obras literárias influenciará no capital cultural, o que não deixa de ser consequência do capital cultural incorporado. O estado institucionalizado do capital cultural é refletido pela aquisição de diplomas escolares e títulos. Em resumo, podemos perceber que o capital cultural está enraizado na herança familiar de conhecimentos, os quais podem vir sob a forma de ensinamentos e materiais que transmitam conhecimento, como os livros. Esta herança será determinada pelo capital cultural e econômico dos pais e até mesmo dos avós do indivíduo, contudo a escola só irá tratar de reproduzir e conservar esta situação.
Bourdieu explica que um meio de se quebrar este ciclo seriam práticas educativas que partissem do pressuposto que todos os alunos estão no ponto zero, porém os mestres e professores sempre baseiam suas aulas pressupondo que alguns alunos já possuem um capital cultural herdado. Este tipo de metodologia escolar apenas provoca a conformação daqueles menos favorecidos com a sua posição inferior.
Quando a ascensão de pessoas de classes inferiores ocorre, se atribui ao interesse, boa vontade e esforço do aluno, tratando, desta maneira, os indivíduos que possuem bom nível de capital cultural herdado como crianças que possuem o “dom” e assim mascara-se a desigualdade social, transformando-na em uma desigualdade aceitável. Com estes pensamentos, Bourdieu quebrou paradigmas da educação, institui um novo meio de se avaliar o sistema educacional e criou uma visão pessimista da escola, mas apesar de críticas quanto a isso, suas conclusões não foram contestadas.


Mário Sérgio Duarte Branco

Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Bourdieu

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/pierre-bourdieu-307908.shtml

BOURDIEU, Pierre. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário